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LAGOA
CHEIA PODE NO SER UM BOM SINAL. |
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- Quanto maior o tempo de contato da gua com o barranco maior ser o desbarrancamento. Essa destruio pode ser vista com clareza nos meses de seca, agosto e setembro, quando a lagoa abaixa seu nvel, cessando o desbarrancamento. exatamente dessa maneira que as lagoas se acabam. | ||||||||
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com a eroso mais acentuada no p do barrando forma um balano na parte superior. Neste formato a quebra inevitvel com aplicao de esforos no balano. | ||||||||
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Este alerta das agresses causando desequilbrios no sistema da lagoa central uma luta pertinente juntamente com o prof. Otto 20 anos. Demorou mas sabiamos que um dia a comunidade publica reconheceria. |
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quem quiser saber mais : leia a materia abaixo foi publicas em 2002 | ||||||||
![]() Bioqumico, formado pela Faculdade de Farmcia e Bioqumica, da UFMG, com especializao em Ictiologia, rea que estuda os peixes. um estudioso da qumica da vida. -H 6.500 anos atrs um estrondo enorme e um tremor de terra, sacudiu a regio de Lagoa Santa. A preguia gigante, animal com trs metros de altura, o tatu do tamanho de um fusca, o tigre dente-de-sabre, cujo canino media 20cm, bem como os homens pr-histricos que aqui viviam, devem ter corrido para suas cavernas e abrigos para se esconderem. -Quando de l saram, depararam com um enorme buraco de forma triangular aberto no cho. -O subsolo formado por rochas calcrias corrodo pela ao das guas no ou mais o seu prprio peso e ruiu fragorosamente. Assim provavelmente nasceu nossa Lagoa Santa. -O buraco se encheu de gua, em seguida vieram os peixes, os pssaros, os insetos e a se estabeleceram. ![]() Podia-se andar em meio relva observando as liblulas, as aves, como o maarico, o irer, o frango dgua, o jaan e a saracura em meio ao junco, vegetao que ocupava todo o seu redor, segurando as margens com suas razes. -Mais para dentro da lagoa, os prncipes dgua com flores e folhas flutuavam sobre as guas transparentes, permitindo que nosso olhar penetrasse e visse muitos peixes e um tapete de algas verdes que lhe forravam o fundo. -Espetculo de rara beleza que conseguiu atrair ilustres cientistas do outro lado do mundo para aqui se estabelecerem e projetar mundialmente o nome da nossa Lagoa Santa. -Todos os anos no perodo das chuvas a lagoa se enchia e vazava seu excesso de gua pelo vertedouro (sada d'gua), formando um crrego que desaguava no Rio das Velhas. Os peixes subiam por ele para se reproduzirem, formando a piracema, bem como saam em grande quantidade para retornarem ao Rio das Velhas, cumprindo assim o seu ciclo vital. Em 1969, em ato condenvel, o homem fechou o vertedouro, impedindo que a lagoa vazasse. -Aumentou o nvel da superfcie da gua em cerca de um metro. No houve nenhum estudo de qual seria o impacto ambiental deste ato impensado, ou seja, como omeio-ambiente reagiria a esta mudana. -A natureza deu o troco: a est para qualquer pessoa ver. Sem sada, a gua foi obrigada, num abrao fatal, a subir um metro nas margens, inundando o terreno ao seu redor, a ficar a parada, aumentando o seu dimetro, impedindo que os habitantes continuassem a usar aquele espao, outrorauma excelente rea de lazer. Toda a vegetao da lagoa morreu afogada e apodreceu dentro dgua. -Obrigada a ficar um metro acima do normal e permanecer nesse ponto, presa sem vazar rapidamente pelo vertedouro, como sempre acontecia, a gua est solapando as margens, formando barrancos que desmoronam continuamente para dentro da lagoa, entupindo-a com toneladas de terra. - -Muitas rvores de grande porte, com a terra desuas razes solapadas, esto prestes a cair. -Quando vm as enxurradas das primeiras chuvas do ano, toda a imundcie da cidade escorre morro abaixo para dentro da lagoa e fica l presa. As chuvas que vm depois j encontram a cidade lavada e mais limpa. Fica, portanto, bastante claro que se a sada dgua (vertedouro) estiver aberta, a gua suja vai sair, primeiro empurrada pelas guas das chuvas, mais limpas que vm depois e so as que devem ficar. Essas mesmas chuvas so conduzidas para dentro da lagoa por manilhas e levam toneladas de terra, areia, cascalho e lixo de toda espcie. No existem caixas para conter esses detritos. -Com o vertedouro fechado, os peixes que mantinham a tilpia em minoria no entram mais. Aproveitando-se disso, ela se reproduz enormemente e come os ovos de outros peixes naturais, bem como vegetais que porventura tente renascerCom grande prejuzo ambiental, a piracema est impedida. - Vale aqui dizer que existe um projeto srio, em andamento, o Projeto Manuelzo, que est tentando a duras penas recuperar a bacia do Rio das Velhas. A Lagoa Santa um dos ltimos locais viveis onde os peixes podem se reproduzir e voltar para repovo-lo. - Pergunta-se ento: por que no abrir o vertedouro de maneira eficaz, restabelecendo o caminho para a piracema? Se aqui vier um s peixe e desovar, teremos entre cem a duzentos mil ovos, o que absolutamente normal a muitas espcies. Certamente a natureza e o sofrido Rio das Velhas vo agradecer. -Sem as margens e sua vegetao caracterstica, alguns pssaros migratrios como omarreco irer que vinha aqui em grandes bandos para fazerseus ninhos e daqui levar seus filhotes no tm mais abrigo nem o que comer. - Para piorar a situao dos poucos que ainda vm todos os anos, colocaram gansos e marreces que esto alterando o meio-ambiente e que comem a pouca comida que resta para nossas aves aqui sobreviverem. -Nesse ponto, vamos parar para refletir: Ser que no deu para perceber ainda que a gua no nvel errado em que est vai continuar desbarrancando a margem indefinidamente, enchendo a nossa lagoa de terra? Por que no se abre o vertedouro definitivamente? Por que impedir a entrada e sada dos peixes? Por que permitir a introduo de gansos que desequilibram o ambiente em vez de proteger irers, frangos dgua, jaans, saracuras e outros, que s ajudam a recuperar o ecossistema? Por que entupir a lagoa com gua at junto do asfalto, impedindo-nos de usar as margens, coisa que os homens fazem em 6.500 anos? Por que no tentar replantar as margens com as plantas que ali existiam? Por que no fazer caixas nas sadas das manilhas de esgoto pluvial para reter toneladas de areia, terra e lixo, que vm com as enxurradas e entopem ainda mais nossa lagoa? No seria j o tempo de se reverter esse quadro to desolador? Quem sabe no teremos uma lagoa cheia de vida, com margens largas, planas, cobertas por uma vegetao luxuriante, onde se possa andar em meio relva, observando as liblulas, as aves... PROF. OTTO Comeou sua carreira no Laboratrio Jenner de Anlises Clnicas, em Belo Horizonte, mas transformou-se em fabricante de barcos e um lutador pela causa ecolgica. Foi professor de Cincias na Escola Palomar Piagetiana em Lagoa Santa, sendo chamado com freqncia para dar palestras em escolas de Lagoa Santa e Belo Horizonte, organizaes e instituies ecolgicas sobre a situao dos ecossistemas aquticos. Como presidente do Comisso Municipal de Defesa do Meio Ambiente - Codema de Lagoa Santa, durante 1992 a 1996, desenvolveu junto com a Bioma e a Prefeitura de Lagoa Santa um projeto de revitalizao e recuperao da lagoa central. Recebeu em 1996 a 'Medalha Peter Lund' por servios prestados ao Meio Ambiente. Escreveu vrios artigos para jornais sobre o problema das nossas lagoas e autor do livro infantil interativo "Espelho D'gua", que fala da degradao das guas pela ao de ocupao homem. Participou tambm, como presidente, da Associao do Bairro Santos Dumont. Otto tenta utilizar os conhecimentos que obteve pela vida em prol de manter pura e limpa a lagoa que conheceu h 55 anos atrs, acompanhando com tristeza e luta sua paulatina - mas no irreversvel - degradao. Fonte: PROF. OTTO SYLVIO DE OLIVEIRA FREITAS escreveu para lagoasanta-br.informativomineiro.com e para o Jornal O CORREIO DE LAGOA SANTA na 1 quinzena de abril/2002 ilustrao lagoasanta-br.informativomineiro.com - reeditado em fev/2011 |
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Comentario, -O assoreamento na Lagoa um problema ambiental grave, nunca esquecido pela comunidade, mas o que vemos so loteamentos sendo implantados nas suas vertentes sem as obras de drenagem capazes de retererem os materiais slidos transportados pelas enxurradas para sua bacia, basta chover que ruas e avenidas viram verdadeiros canais de guas a cu aberto. 22 abril, 2002 |
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